Um dos principais fornecedores de materiais utilizados na produção de bebidas alcoólicas adulteradas foi preso nesta sexta-feira (3), na Zona Norte de São Paulo. A ação ocorreu em dois imóveis que funcionavam como entreposto de distribuição de insumos usados na falsificação de uísques, vodcas e gins.
De acordo com a Polícia Civil, o suspeito fornecia desde garrafas, tampas, rótulos e caixas até selos de IPI falsificados da Receita Federal, que eram aplicados nas embalagens para simular autenticidade. O material abastecia falsificadores em diversas regiões do estado, especialmente no interior.
Nos imóveis, os policiais encontraram centenas de garrafas já adulteradas e milhares de itens destinados à fraude. O esquema incluía a lavagem de vasilhames, recolocação de rótulos falsos, lacres e selos, além do envase com prensas e posterior embalagem em caixas idênticas às originais.
A operação foi conduzida pela 1ª Delegacia da Divecar (Investigações sobre Roubo e Furto de Veículos). O homem foi autuado por crimes contra a propriedade industrial e contra as relações de consumo. As investigações seguem para identificar a rede criminosa envolvida.
Recomendação do MJSP
O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) emitiu uma recomendação urgente a estabelecimentos que comercializam bebidas alcoólicas. O alerta vale para bares, restaurantes, casas noturnas, hotéis, supermercados, atacarejos, distribuidoras, além de plataformas de e-commerce e aplicativos de entrega.
O órgão orienta atenção redobrada a produtos com lacres tortos, erros de impressão nos rótulos ou preços muito abaixo do mercado. Também devem ser tratados como suspeitos casos de consumidores que apresentem sintomas como visão turva, dores de cabeça e náuseas, sinais de possível ingestão de bebidas adulteradas com metanol.
Nessas situações, a recomendação é de encaminhar o cliente imediatamente para atendimento médico, acionar o Disque-Intoxicação e comunicar a Vigilância Sanitária, Polícia Civil, PROCON e, quando necessário, o Ministério da Agricultura e Pecuária.
Além disso, os estabelecimentos devem interromper a venda do lote suspeito, isolar os produtos e preservá-los para perícia.
