O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil registrou crescimento de apenas 0,1% no terceiro trimestre de 2025, na comparação com os três meses anteriores, segundo dados divulgados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado indica estabilidade da atividade econômica e ficou abaixo da projeção de analistas do mercado financeiro, que esperavam uma alta de 0,2%.
Com o desempenho, a soma das riquezas produzidas pelo país atingiu R$ 3,2 trilhões no período. Já no acumulado dos nove primeiros meses do ano, o PIB brasileiro cresceu 1,8% frente ao mesmo intervalo de 2024.
Os dados mostram comportamento distinto entre os segmentos da economia.
A agropecuária avançou 0,4%, enquanto a indústria teve alta de 0,8%, tornando-se o principal motor do resultado positivo. Já o setor de serviços, responsável pela maior parcela do PIB nacional, apresentou variação praticamente nula, de 0,1%, sinalizando um cenário de estagnação.
Do lado da demanda, o consumo das famílias cresceu apenas 0,1%, reflexo direto da taxa Selic em 15% ao ano, que encarece o crédito e limita as decisões de compra da população. Em relação ao terceiro trimestre de 2024, houve aumento de 0,4%, sustentado pelo avanço da massa salarial e pelo desemprego em níveis historicamente baixos.
O consumo do governo registrou expansão de 1,3%, enquanto os investimentos – medidos pela Formação Bruta de Capital Fixo – avançaram 0,9%, revertendo a queda do trimestre anterior.
As exportações brasileiras apresentaram forte alta de 3,3%, estimuladas pelo câmbio favorável e pela demanda internacional por produtos primários. As importações, por sua vez, subiram 0,3%, contribuindo positivamente para o resultado geral.
De acordo com a analista do IBGE, Cláudia Estremínio, o desempenho do trimestre reforça os desafios impostos pelo custo elevado do crédito. “As taxas altas comprometem as atividades econômicas, mas o mercado de trabalho aquecido tem amenizado os impactos.”
No total, o trimestre registrou R$ 2,8 trilhões em Valor Adicionado a preços básicos e R$ 449,3 bilhões em Impostos sobre Produtos líquidos de subsídios.
Perspectivas
Economistas apontam que o ritmo lento da economia deve continuar enquanto o país não avançar de forma mais significativa na redução dos juros. Por outro lado, a expectativa de safra agrícola robusta e a resiliência do mercado de trabalho podem sustentar um crescimento moderado no encerramento de 2025.


