Apesar das articulações políticas para as eleições de 2026 já estarem em andamento, nenhum nome feminino figura entre os mais cotados para disputar o governo de Minas Gerais. O cenário revela a baixa participação das mulheres na corrida pelo cargo mais alto do Executivo mineiro, um padrão histórico que se repete ao longo dos anos.
Desde a redemocratização, apenas dez mulheres concorreram ao governo de Minas. A primeira candidatura ocorreu em 1982, com a ex-deputada federal Sandra Starling (PT), que obteve pouco mais de 113 mil votos. Após esse marco, somente em 2002 outra mulher voltaria a disputar o cargo, com Margarida Vieira (PSB).
Em 2022, cinco mulheres se candidataram ao governo mineiro — o maior número já registrado em uma eleição estadual no estado. Nenhuma delas, no entanto, chegou ao segundo turno.
Atualmente, as movimentações para 2026 apontam nomes como o deputado federal Nikolas Ferreira (PL), os senadores Cleitinho (Republicanos) e Rodrigo Pacheco (PSD), além do vice-governador Mateus Simões (Novo). Já a prefeita de Contagem, Marília Campos (PT), chegou a ser mencionada como possível pré-candidata, mas, segundo apuração da reportagem, não pretende disputar o cargo.
O baixo número de candidaturas femininas ao Executivo estadual em Minas reflete uma tendência nacional. Das 27 unidades da federação, apenas duas são governadas por mulheres atualmente: Fátima Bezerra (PT), no Rio Grande do Norte, e Raquel Lyra (PSD), em Pernambuco. Nas eleições de 2022, das 187 candidaturas ao governo estadual em todo o Brasil, apenas 38 foram de mulheres.
Especialistas apontam que a sub-representação feminina nas disputas majoritárias é reflexo de barreiras estruturais na política brasileira, incluindo o subfinanciamento de campanhas femininas, desigualdade de espaço nos partidos e pouca visibilidade na mídia.
Embora o cenário ainda seja desigual, a ampliação da presença feminina em espaços de poder permanece uma pauta urgente para os próximos ciclos eleitorais.