Pesquisa revela que 95% dos enfermeiros já sofreram violência no trabalho

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Uma pesquisa do Conselho Regional de Enfermagem de Minas Gerais (Coren-MG) revelou que 95% dos profissionais de enfermagem no estado já sofreram algum tipo de violência no ambiente de trabalho. Entre os casos relatados, 45% correspondem a assédio moral, 40% a agressões verbais e 9% a agressões físicas. O número real pode ser ainda maior, já que apenas 7% das vítimas registraram ocorrência junto às autoridades.

Os dados foram apresentados durante audiência pública da Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, que reuniu dezenas de profissionais no auditório José Alencar. Durante o encontro, a categoria protestou contra a violência institucional e as agressões cometidas por usuários do sistema de saúde. O tema ganhou destaque recentemente após a morte de uma médica em Belo Horizonte, que sofreu uma parada cardíaca depois de ameaças feitas por um líder comunitário.

O representante do Conselho Regional de Medicina e diretor do Sindicato dos Médicos, Samuel Pires, cobrou punição aos responsáveis. Já o deputado Enes Cândido (Republicanos), autor da audiência, defendeu a adoção de dispositivos de segurança, como botões de pânico nas unidades de saúde, afirmando que busca sugestões para aprimorar o projeto e garantir proteção efetiva aos trabalhadores. Em resposta, a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) informou possuir um programa de prevenção à violência contra servidores, enquanto a Secretaria de Estado de Saúde destacou que também realiza ações voltadas à segurança e prevenção de agressões.