A Tribuna Popular da Câmara Municipal de João Monlevade foi espaço, na reunião ordinária dessa quarta-feira (6), para um resgate da memória da classe trabalhadora da cidade. O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos (Sindmon-Metal), Flávio Cordeiro de Paiva, e o ativista cultural Francisco de Paula Santos, conhecido como Barcelona, falaram sobre o significado histórico da Luta Operária, cuja data é celebrada em 8 de agosto no município.
Flávio agradeceu à Câmara pelo espaço concedido para a realização da exposição que relembra o movimento operário de 1986, ressaltando que a mostra vai além de uma ação sindical, sendo um verdadeiro patrimônio histórico de João Monlevade. As fotos estão expostas nos corredores da Casa Legislativa até a próxima semana.
Ele também parabenizou o vereador Belmar Diniz, autor da lei que instituiu oficialmente o Dia da Luta Operária, e reforçou a importância do reconhecimento às mobilizações que trouxeram conquistas significativas aos trabalhadores da cidade e do país.
Na sequência, Barcelona fez um relato sobre os eventos de julho de 1986, quando cerca de mil operários permaneceram por 23 dias dentro da usina local, no movimento que ficou conhecido como “greve de ocupação”. Segundo ele, o contexto da época era marcado por instabilidade econômica, inflação alta e pela expectativa da nova Constituição Federal, então em elaboração.
Ele destacou a união entre os trabalhadores, a organização interna para garantir alimentação e convivência pacífica, além do apoio da comunidade, igrejas e familiares. “O movimento não dividiu, mas uniu a cidade”, afirmou. Para Barcelona, a mobilização foi decisiva para avanços nas negociações por direitos trabalhistas e marcou definitivamente a história de João Monlevade.
Ao final, ele agradeceu à Câmara pela oportunidade de manter viva a memória da luta operária e ressaltou o orgulho dos trabalhadores monlevadenses por sua história de resistência e conquistas.