A arrecadação federal alcançou R$ 261,9 bilhões em outubro, registrando a terceira alta mensal consecutiva, conforme informações divulgadas pela Receita Federal nesta segunda-feira (24). O resultado representa o maior valor já obtido para o mês desde o início da série histórica, em 1995, e indica um crescimento real de 0,92% em relação ao mesmo período do ano passado.
No acumulado dos dez primeiros meses de 2025, a arrecadação totalizou R$ 2,3 trilhões, o que corresponde a um aumento real de 3,20% na comparação com igual intervalo de 2024, segundo deflacionamento pelo IPCA. De acordo com a Receita Federal, o desempenho positivo reflete a recuperação da atividade econômica, o aumento dos ganhos de capital e o fortalecimento das ações de conformidade tributária adotadas ao longo deste ano.
Entre os tributos que impulsionaram o resultado de outubro, o destaque foi o Imposto de Renda Retido na Fonte sobre ganhos de capital, que somou R$ 11,5 bilhões, representando uma forte alta real de 28,01%. O IOF também apresentou crescimento expressivo, atingindo R$ 8,1 bilhões, um avanço real de 38,80% em relação ao mesmo mês de 2024. Já a arrecadação combinada do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) alcançou R$ 63,3 bilhões, registrando aumento real de 5,54%.
A Receita Federal também atribui o desempenho robusto do mês às receitas administradas diretamente pelo órgão, que somaram R$ 214 bilhões em outubro. Essas receitas tiveram uma expansão real de 2,33% na comparação anual e seguem sendo o principal componente da arrecadação total. Já as receitas não administradas, ligadas principalmente ao setor de petróleo, como royalties e participações especiais, registraram queda real, influenciadas pela oscilação nos preços internacionais do barril e pela variação cambial no período.
Especialistas apontam que a melhora contínua da arrecadação ao longo do segundo semestre de 2025 fortalece as projeções fiscais do governo federal, especialmente em um ano marcado por revisões nas metas fiscais e necessidade de controle dos gastos públicos. A alta na arrecadação, somada ao aumento da eficiência na cobrança de tributos, pode contribuir para reduzir o déficit primário e ampliar o espaço para investimentos públicos em áreas estratégicas.
Mesmo com o cenário positivo, analistas avaliam que os próximos meses exigirão cautela, sobretudo diante das incertezas no ambiente econômico internacional e das possíveis variações nos preços de commodities que impactam diretamente a receita de setores como mineração e petróleo. Apesar disso, o governo considera o resultado de outubro um indicativo consistente de retomada e fortalecimento das contas públicas.
Com o fechamento próximo do ano, a Receita Federal segue monitorando o comportamento da arrecadação mês a mês e reforça que a combinação entre atividade econômica mais aquecida, aumento dos ganhos de capital e melhorias nos sistemas de fiscalização tem sido determinante para o bom desempenho observado em 2025.
