O mercado financeiro projeta que a inflação oficial de 2025 terminará o ano em 4,45%, ligeiramente abaixo do teto da meta estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 4,5%. A previsão consta no Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira, e mostra uma leve redução em relação à estimativa da semana anterior, de 4,46%, além de queda mais expressiva frente aos 4,56% projetados há quatro semanas.
A inflação medida pelo IPCA encerrou outubro com alta de apenas 0,09%, o menor índice para o mês desde 1998. No acumulado de 12 meses, o indicador ficou em 4,68%, representando a primeira leitura abaixo de 5% em oito meses. Os dados do IBGE contribuíram para reforçar a percepção de desaceleração da pressão inflacionária na reta final do ano.
As expectativas de médio prazo também mostram um cenário de acomodação. Para 2026, o mercado espera inflação de 4,18%, enquanto para 2027 a projeção é de 3,80%. Em relação à atividade econômica, o crescimento do PIB deve se manter em 2,16% em 2025, antes de desacelerar para 1,78% no ano seguinte.
Mesmo com sinais de alívio na inflação, o Banco Central mantém a taxa Selic em 15% ao ano pela terceira reunião consecutiva. A autoridade monetária sustenta que o nível elevado dos juros é necessário para conter a demanda e evitar pressões adicionais sobre os preços. O BC também ressalta que o ambiente externo permanece incerto, especialmente por causa da condução da política econômica nos Estados Unidos, fator que pode influenciar as condições financeiras globais. Caso o cenário se deteriore, o Comitê de Política Monetária (Copom) admite a possibilidade de novos ajustes para cima.
O dólar comercial continua projetado em R$ 5,40 para 2025, mantendo-se estável em relação às últimas semanas e refletindo expectativas de câmbio mais contido, apesar da volatilidade internacional.
