A mineradora inglesa BHP foi condenada, nesta sexta-feira (14), pelo Tribunal Superior de Justiça de Londres, em processo que apura responsabilidades pelo rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana, ocorrido em 2015. A empresa é acionista da Samarco, responsável pelo empreendimento que provocou o maior desastre ambiental da história do país.
A decisão afirma que o colapso da barragem era previsível e que os responsáveis ignoraram sinais consistentes de risco, como rejeitos saturados, infiltrações e fissuras na estrutura. Segundo o documento, a continuidade da elevação da barragem, sem uma análise técnica adequada, foi considerada imprudente.
“A análise de estabilidade teria identificado fatores de segurança. É inconcebível que uma decisão tivesse sido tomada para continuar a elevar a altura da barragem nessas circunstâncias e o colapso pudesse ter sido evitado”, diz o texto.
O valor da indenização ainda não foi divulgado. A BHP informou que recorrerá da decisão e afirmou que cerca de R$ 70 bilhões já foram destinados às reparações no Brasil, classificando as medidas adotadas no país como “o caminho mais efetivo” para reparar os danos às famílias e ao meio ambiente.
O processo internacional segue em andamento. No primeiro semestre de 2027 está prevista nova audiência para definição do montante da multa. A etapa de indenizações individualizadas deve ocorrer apenas em 2028.
