O movimento Mulheres Negras Decidem criticou, nesta quinta-feira (20), a indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para a vaga de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Em nota pública, o grupo afirmou que a escolha representa “mais uma oportunidade histórica desperdiçada” pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A organização destacou que, em mais de 130 anos de existência do STF, nenhuma mulher negra foi indicada para compor a Corte. Para o movimento, o fato de o anúncio ocorrer justamente no Dia da Consciência Negra foi um gesto de “descaso” com a pauta de representatividade racial e de gênero.
O grupo também criticou a forma como a indicação foi conduzida, afirmando que o processo deveria contar com mais participação social. A nota aponta ainda que houve uma “articulação política direcionada a setores religiosos” para garantir apoio ao nome de Messias.
Segundo o movimento, a indicação de mulheres negras para cargos transitórios — como ministérios ou a própria Advocacia-Geral da União — não supre a ausência delas no STF, instituição que detém decisões permanentes e de grande impacto para o país.
O Mulheres Negras Decidem informou que está organizando uma marcha no dia 25 de novembro, na qual devem reforçar as críticas à escolha do presidente e à falta de diversidade na Suprema Corte.
